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Balanço da Oficina: “Algas – do mar ao prato”

 

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A meteorologia ajudou para que a Oficina “Algas: do mar ao prato” que se realizou no domingo, dia 23 de Junho, decorresse da melhor maneira. Programada para dia e hora de maré baixa em tempo de lua cheia (na lua cheia e lua nova as marés têm maior amplitude), um grupo animado de gastrónomos e apaixonados pela natureza puderam observar a rica diversidade de algas da nossa costa na praia de S. Bernardino (Peniche), sob a orientação da professora Teresa Mouga, bióloga e directora da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (Instituto Politécnico de Leiria) e da ajuda de uma ex-bolseira, mestre Inês Rodrigues.

O consumo de algas pela população foi uma realidade até ao período da 2ª guerra mundial, tendo caido no esquecimento, mas pelas excepcionais características nutricionais (completo e elevado teor em aminoácidos, elevado teor em vitaminas e minerais) e excepcionais propriedades antioxidantes deveriam ser reconhecidas na nossa gastronomia. A Professora Teresa Mouga alertou para a recolecção consciente deste recurso através do uso de tesoura ou faca para se cortar apenas as lâminas e talos permitindo assim a regeneração da alga, sendo o ideal o seu cultivo. De facto, pode-se constatar que apesar da diversidade presente a quantidade disponível é inferior à que se registava há algumas décadas atrás, o que revela também o estado do oceano ameaçado pela sobrepesca, em particular a pesca de arrasto, e pela poluição.

Na sede do Rotary Club de Peniche decorreu o restante programa da oficina em que os participantes puderam conhecer alguns “segredos” culinários colaborando na confecção de alguns dos pratos, a que se seguiu o ansiado almoço com uma ementa variada em que as algas foram ingrediente obrigatório.

Concluiu-se a oficina com um momento final para esclarecer algumas dúvidas e partilhar alguns conhecimentos de um indispensável colaborador desta oficina, Luís Fonseca, médico residente em Peniche, e um aficionado pelas algas com uma experiência acumulada na recolecção, seu uso noutras regiões ( como os Açores e países europeus) e no estudo, apresentando uma considerável biblioteca sobre o tema.

Como habitualmente em todas as oficinas organizadas pelo MPI, como a oficina de ervas comestíveis, a refeição é um dos momentos mais marcantes e pela diversidade, originalidade e quantidade dos pratos servidos tem recebido sempre muitos elogios dos participantes.

E desta forma procura-se alertar para os graves problemas associados à produção intensiva dos alimentos, à padronização da dieta na já conhecida por dieta ocidental, onde predominam os alimentos de origem animal, os cereais refinados, alimentos transgénicos e uma panóplia de aditivos, muitos dos quais artificiais, apresentando como alternativa uma dieta que valorize os recursos naturais locais e a produção de alimentos sustentável.

Esta actividade inseriu-se no âmbito do CREIAS Oeste – Centro Regional de Educação e Inovação associada à Sustentabilidade do Oeste, dos quais o MPI e a ESTM/IPL, são parceiros e tece ainda o apoio do Rotary Club de Peniche.

Em anexo umas fotos para ilustrar a actividade

MF2-2009oficina das algas - grupo na cozinhaoficina das algas - procurando algas

Saudações eco-gastronómicas

Alexandra Azevedo
presidente da direcção
membro da Comissão Dinamizadora do CREIAS Oeste

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