ESCAPADINHAS NO OESTE 2015

Decorreu na Fundação João XXIII – Casa do Oeste em Ribamar da Lourinhã, nos dias 28, 29 e 30 de agosto a atividade de verão designada “Escapadinhas no Oeste” tendo envolvido, nos 3 dias, aproximadamente 50 pessoas.

Esta atividade teve como principais objetivos: levar os participantes a contactar com algumas iniciativas locais e regionais de desenvolvimento local de âmbito social, cultural, desportivo e económico; refletir sobre os valores presentes nas diferentes experiências; questionar/ interpelar o papel de cada um na promoção de um desenvolvimento que vá no sentido de uma economia solidária. Fomos conhecer no concelho da Lourinhã a coletividade cultural, desportiva e recreativa da Zambujeira, o trabalho de educação pela arte de Moledo e o grupo solidário de fabrico de pão na Moita dos Ferreiros. Visitámos a cooperativa Terra Chã em Chãos de Alcobertas. Vimos e ouvimos falar da Casa do Sal – Figueira da Foz e várias outras nanoempresas (empresas de dimensão pessoal) organizadas em rede colaborativa.

O contacto dos participantes com as diversas experiencias e a reflexão feitas a partir das mesmas permitiu chegar às seguintes conclusões:

  • Se olharmos atentamente a realidade que nos envolve, não é preciso ir muito longe para encontrar iniciativas que contribuem positivamente para desenvolver o sentido de vida comunitária.
  • É importante uma atitude proactiva face aos problemas que nos rodeiam. Contudo para promover qualquer iniciativa é necessário estudar bem a realidade, vê-la com “óculos especiais” para identificar os constrangimentos e as oportunidades.
  • Há um novo conceito que está presente nestas iniciativas (numas de forma mais consciente do que outras) inclusivamente nas relações comerciais: o conceito de me preocupar com o que o outro vai ganhar com o que eu tenho para oferecer, o que é que o outro tem a ganhar por fazer algo comigo.
  • Há uma janela que se abre – a rede colaborativa. Várias nanoempresas unem esforçosnno sentido de se entreajudarem não só a fazerem a divulgação do seu produto e a respetiva comercialização, como inclusivamente a criarem em conjunto novos produtos com base nos de cada nanoempresa.
  • A rede colaborativa permite integrar estas nanoempresas em termos legais e comerciais (registo de marca) e desta forma acrescentar valor aos produtos locais.
  • Estas novas práticas sociais em rede colaborativa suscitam relações de confiança entre os intervenientes.
  • É fundamental aumentarmos a nossa n consciência sobre a importância de fazermos as compras no comércio local ou diretamente ao produtor, para o crescimento de uma economia mais justa.
  • Há formas de produção que respeitam mais o equilíbrio ambiental, o redescobrimos alguns saberes antigos pode ajudar-nos a reaproveitar matérias-primas que desperdiçamos e dinamizar formas de cultivo que favorecem um maior respeito pela Natureza. Exemplos: reintrodução de rebanhos; aproveitamento de plantas silvestres, agricultura biológica, permacultura…
  • Há sinais de esperança na família e na sociedade:
  • Esta nova visão das coisas, em que a todos os níveis podemos ter muito a ganhar quando pensamos no que podemos fazer pelo outro e entramos numa dinâmica colaborativa.
  • No contexto social atual há ainda resistentes que pensam e estão a agir procurando construir relações mais justas para todos os seres humanos e em equilíbrio com a Natureza.

 

Estas conclusões conduziram aos seguintes desafios/compromissos dos participantes:

  • Comunicar a outros o aparecimento destes novos conceitos e práticas colaborativas (na família, nos grupos locais…)
  • Dinamizar a o alargamento da rede colaborativa junto de pessoas e organizações locais e regionais que conhecemos.
  • Contribuir para uma economia solidária nomeadamente comprando produtos locais.

– Colóquio “Plataforma Informática ao serviço do desenvolvimento rural e crescimento económico”, 30 de outubro de 2016

A

A Casa do Oeste – Fundação João XXI convidou a OIKOS, uma ONGD – Organização não Governamental de Desenvolvimento, representada por Pedro Krupenski, para animar este colóquio integrado no seu evento anual “Festa das Colheitas”.

A OIKOS, organização sem fins lucrativos, para o desenvolvimento e cooperação, fundada em 1989 (por um grupo de pessoas entre as quais os Padres Jardim Gonçalves e Luis França), tem vindo a desenvolver em Portugal e em vários países de Africa e América Central projetos que valorizem os produtos locais e o seu justo preço.

No dia 19 de Julho foi lançada em Lisboa uma plataforma informática designadaSMARTFARMER, com o apoio da Fundação Vodafone, que vem permitir a ligação, em tempo real e útil entre produtores agrícolas e consumidores, evitando não só o desperdício alimentar na produção como a sua comercialização a preço justo para todas as partes. As compras efetuadas serão essencialmente de produtos hortofrutícolas, mas haverá também alguns derivados como o azeite, queijos, enchidos, mel ou compotas, bem como serviços locais de turismo, artesanato, etc.

Quando os produtos e serviços, na especificidade ou quantidade que procura, não se encontram disponíveis no mercado eletrónico da sua região, o SmartFarmer disponibilizará os que existirem na região mais próxima.

Produtor e consumidor poderão optar por uma diversidade de opções de recolha e entrega (recolha no produtor, entrega pelo produtor, entrega num local previamente estabelecido, como um mercado ou loja de proximidade, entrega ao domicílio ou local de trabalho).

A Fundação João XXIII e a COOPSTECO irão desenvolver algumas ações de  divulgação sobre este serviço, dando sequência ao trabalho que tem vindo a ser feito com os agricultores do oeste.

Para mais informações podes contactar a OIKOS -Telefone 218 823 630 ou oikos.sec@

oikos.pt e aceder ao site www.smarterfarmer.pt

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